sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Crónica de Tilburg

Num frio de -5 graus lá fora, desperto cerca das 7 da manha... ligo a euronews, já farto de assistir na noite anterior a emissao da BBC (daqui escrevo, daí a falta de alguma acentuacao)... primeira notícia: o facto de o PM de Portugal estar a ser objecto de suspeitas num caso de corrupcao... desligo. Pequeno almoco, viagem até a Universidade para uma reuniao - conferencia de peritos sobre "prisao preventiva na europa"... abordagem de um dos respeitaveis colegas: entao que tal em Portugal? A situacao está estável? O V/ Governo demite-se? Penso mudo: Deus nos livre! No meio desta tormenta a despesa era incomportável... além de que... serviria para que? E a quem? a Portugal nem pensar...; decido responder: "obviamente nao se demite"! O meu interlocutor nao entende a graca histórica, mas questiona: Ai nao? Claro que nao... Ao menos há que esperar, num processo penal justo, que é o que todos desejamos, por uma acusacao... "indizzi suficenti", lembra-se? Além disso houve outros políticos cimeiros europeus em situacao similar... e nada aconteceu.
Mas a natureza da questao nao me saíu da cabeca durante todo o dia... seria jurídica? Seria uma blague entre amigos? Seria uma provocacao?
Já ao serao lembro-me intimamente de outro fortíssimo argumento que me acalmou o espírito comezinho, mas criativo, de lusitano: para despachos de arquivamento nao ha prazos mínimos de inquérito na lei... pode ser imediato!
Até Lisboa!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ao 3º Dia... comecem os trabalhos...

O dia de ontem foi especial... "abriu-se" o ano judicial, com a pompa e circunstância habituais, numa sessão de total conversa de surdos! O Presidente da República, tendo tido razão no que disse, mais parecia estar a dar uma lição de legística ao legislador (porque será que o PR está aborrecido com o legislador?... hmmmmm!); o Ministro da Justiça, ligando a cassette do costume, continua num estado de ausência de realidade absoluto... ao Terreiro do Paço não chegarão por certo sequer ecos do estado em que estão os Tribunais, as Polícias e os profissionais que têm de "lidar" com a Justiça (e não há ninguém que consiga chamá-lo à razão e mostrar-lhe como estão esquadras, tribunais, sistemas informáticos, fundos para investigações, etc.); o Bastonário da Ordem dos Advogados... foi como foi (como cantava Luís Represas)! Mas realmente há coisas que não podem saír da boca, nem estar no pensamento, de quem tem formação especial e é técnico na matéria; quanto aos representantes das magistraturas... fizeram afirmações correctas! Mas entre si pouco conexas... puxando cada um para seu lado, mandando recados não se sabe bem para quem... e certos (estou seguro) de que as cartas não chegavam "a Garcia". Em suma, mais um momento de burlesco, melodramático, ofício de defuntos, neste caso com o "corpo presente".
Para terminar o dia, entrevistas surrealistas: ao Bastonário da Ordem dos Advogados (incomentável), e ao Prof. Dr. Diogo Freitas do Amaral... porque será que os Jornalistas, perante o título de "Professor Doutor" perdem a vontade de colocar as questões certas... será que um administrativista, que além do mais ocupou cargos públicos, nos quer fazer crer que acredita na perfeita estruturação e funcionamento da administração pública portuguesa? O "Senhor" Freitas do Amaral (sem os títulos, conhecimentos pessoais e veneras), conseguirá licenciar uma marquise de sua casa, após duas recusas do procedimento, em "uma semana" após a data da entrada dos últimos elementos no processo? Senhor Professor... por favor!! Tenha dó da inteligência de quem o viu e ouviu! E de quem se lembra de que, enquanto politicamente, defendia a regionalização, nos seus manuais demonstrava o elenco de razões pelas quais Portugal NÃO PODIA ser regionalizado.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A ratio do Título...
Cesti dividiu a ópera em duas classes: a ópera séria e a ópera bufa. A ópera bufa deve distinguir-se da ópera cómica, produzida mais tarde que a ópera bufa, especialmente em França, na qual o diálogo é falado. Na ópera bufa a acção não é necessariamente cómica, como podemos ver exemplos em "Les Deux Journées", "Carmen", etc. Ser “bufa” não é sinónimo de cómico… mas de burlesco! Por vezes de grotesco… de non sense, dir-se-ia hoje!
A ópera bufa tem, por isso um carácter ligeiro e… burlesco. Mantém o drama, como convém, mas frequentemente é vulgar e comum, podendo mesmo ser brejeira ou ordinária.
A curiosidade é que o diálogo entre personagens se mantém por meio de recitativos, problema resolvido com a introdução de árias, duetos e corais. Nestas óperas sempre havia seis personagens; três de cada sexo, todos amantes... só por isso se pode ver o quão adequado é o título deste blogue por relação com o seu objecto!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A Criação

Assim se cria hoje, 26 de Janeiro de 2009, um novo blogue... fará falta? Obviamente que não! Há tantos que este será apenas mais um... bem! Se calhar fará falta! Senão porque o criei? Por não ter que fazer? Pelo contrário! Até tenho demais... Faz falta e trata-se de um blogue... (não, não é um qualquer "Zé"!).
Verão porque faz falta! Porque cabe "sovar" fortemente (como diria o Eça, dar umas bengaladas!) em tudo e todos quantos fizeram e fazem desta nosso Portugal uma Ópera Bufa! E de má qualidade...
Claro que na perspectiva que sei e conheço... pelos óculos do jurista e docente que não consigo tirar. Ver-se-á! O tempo o dirá!