quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Manipulações!

Ontem descobrimos todos que o mais alto magistrado da Nação se sentiu vítima de manipulações! E perante isso, dezenas largas de comentadores, políticos, directores de jornais e outros zés-ninguéns, elocubraram milhares de teses hermenêuticas das palavras presidenciais, fustigaram-no com críticas, zurziram-no com "devia, não devia, fez, não fez", etc.
Mas ninguém pôs o dedo na ferida... porque raio está o Presidente surpreendido com maquinações e manipulações? Mas será que alguma questão importante neste País esquecido por Deus alguma vez se resolveu sem ser com, para, através de manipulações?
Quem, mais do que Partidos e Políticos, manipula? Manipulam concursos públicos, manipulam a Lei, manipulam a Justiça, manipulam a economia e os factores de produção, manipulam subsídios, manipulam a banca e manipulam, inclusivamente, o sistema político eleitoral para se perpetuarem no poder. E, o que é mais triste, é que além de sujeitos activos de manipulação, são também os mais aptos a servir o lado passivo de tantas outras manipulações. Ou alguém duvida que o grosso da corrupção e do tráfico de influências tem como gonzos a política e suas relações com futebol, construção civil e urbanismo, e banca?
Ninguém! Por isso, foi com alguma tristeza que constatei a manifestação de ingenuidade presidencial. Até seria bonito, se nela acreditasse! Mas neste jogo, como em todos os outros que envolvem "esta gente" (citando Medina Carreira), não há mesmo inocentes, nem ingénuos!
É realmente um país tão poucochinho!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Portugal visto das Ilhas...

Escreve Ramiro Carrola, in Diário Insular, de hoje:
"... como se em Portugal não houvesse dois milhões de pobres; mais de meio milhão de desempregados (...); largas dezenas de milhares de licenciados ou em situação de trabalho precário ou simplesmente desempregados; se não fosse um país com uma dívida externa astronómica, de 8.4 mil milhões de euros da balança comercial relativa a trocas com países fora dos 27 (eurostat de Julho); com juros a fazê-la crescer diariamente em dezenas de milhões de euros; uma classe média sufocado com impostos, quefaz d as tripas coração para manter à tona a cabeça, mas que, devido à crise, sobretudo por causa do desemprego, se foi aos poucos sobreendividando, daí resultando a preocupante situação de crédito malparado de 3.600 mil milhões de euros (em Julho) e de leilões de habitações (por falta de pagamento à Banca) vendidas até metade do seu real preço. E enquanto a classe média, que sustenta um estado glutão, estiola e se sobreendivida, por via de regra os administradores de empresas, particularmente das públicas, auferem escandalosas remunerações. além de carro de topo de gama com motorista privativo, telemóvel com chamadas à borla, cartões de crédito e
alguns outros luxos e prebendas, estes senhores, uma boa parte deles ex-governantes e
políticos, entre vencimentos e prémios que a si mesmos se atribuem, levam para casa, cada mês, mais de 40 mil euros, umas quantas vezes o salário do Presidente da república
."

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Nas tintas...

Nas tintas... é como me sinto cada vez mais no que respeita à vida política nacional!
Não fora o ter de conviver com a obesidade e ineficácia da administração pública e da justiça, com o "olhar para o lado" das forças de segurança, para o faz de conta de magistrados e titulares de cargos públicos reguladores, o ter de pagar impostos à razão de 42%, depois de ter pago 20% de IVA (o que representa trabalhar de Janeiro a Julho todos os anos apenas para pagar os despautérios dos políticos), o não ter alcatrão nas ruas, o ter de esperar meses a fio por consultas médicas, o não conseguir dormir porque ninguém faz cumprir as leis do ruído e da salubridade pública, e sinceramente que me estaria já totalmente nas tintas.
Mas como estas políticas e políticos me entopem a vida, me dão arritmias cardíacas, não me deixam respirar e me aumentam o stress, ainda não consigo esquecer-me deles... E é pena!
E se já andava a pensar em mudar de vida, seguindo a velha regra do "quem está mal, muda-se!", começo a pensar em fazer exactamente isso, deixando Portugal para os fanáticos activistas partidários, que se contentam e divulgam estatísticas totalmente fantasiosas, que dão aquilo que cada um quer que dêem...
Factos... olhem para factos, e não para estatísticas falseadas (toda a gente sabe que o INE apresenta resultados tarde, e a más horas, sempre no sentido desejado pelo Poder de cada momento).
E facto é, nos últimos 8 meses, o déficit orçamental do sub-sector Estado ter subido 154%... sub-sector Estado significa políticas sociais? velhinhos? jovens? cheques dentista? complemento solidário? crise mundial? NÃO!
Significa o Estado a gastar consigo mesmo, na política de canibalização da sociedade em que estamos lançados nos últimos 30 anos.
É nisto que vale a pena pensar, para engrossar o número dos descontentes com o status quo ante (todo ele!)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Programas de Governo: Justiça!

Quem já se deu ao trabalho de ler os Programas de Governo apresentados pelos 5 maiores partidos políticos, no que respeita à Justiça, não pode deixar de ter apanhado um valente susto! Susto pela falta de ideias; susto pela falta de originalidade, susto pelas afirmações absurdas de prometerem o oposto do que fizeram quando no Governo (3 dos partidos!), susto pela miséria técnica da maior parte das afirmações.
Mas se são todos, genericamente, maus (não ultrapassando nota negativa, se tivessem que ser avaliados), não pode deixar de se sublinhar a vergonha técnica e ética de quem acha que devem diminuir ou ser excluídas (em certos casos) as taxas de justiça e as custas, quando nas duas últimas vezes que estiveram no Governo (AG e JS) fizeram precisamente o que mais nenhum governo fez... aumentaram-nas exponencial e injustificadamente!
É questão de incongruência? De esquecimento? De lapso? Não!
É questão de falta de vergonha! De estarem a gozar, pura e simplesmente, com quem tem de viver sob as respectivas ordens.
Tenham, pois, um pouco de vergonha, Srs. Políticos!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Socrates vs Louçã

... tenebroso! Patentes não só as inconsistências mútuas, mas, o que mais é, uma pré-cumplicidade que assusta! Será que o Bloco se perfila como um novo PRD? Ou antes como um sucedâneo do deputado limiano? Em qualquer dos casos... é de tremer!
Consegue imaginar-se uma "entente" mais tenebrosa do que esta no cenário político nacional actual?
Mais ainda se se admitir - o que é linear - que o Bloco passaria a ter o Governo da República "nas mãos", podendo deitá-lo ao chão se qualquer dos seus desejos não fossem satisfeitos?
E já agora: que pastas ministeriais agradariam a Louçã? As mesmas que o PSD de Barroso teve de "dar" ao CDS de Portas? Ou Louçã prescindiria da Defesa a troco da Educação?
É assim: vê-se televisão à noite e surgem logo estes pesadelos pela madrugada!
Os debates para as legislativas deviam passar num horário mais próprio, só para quem tem insónias... entre as 4 e as 6 da manhã... durante a semana.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Projecto para uma "Farsa"...

Uma farsa, como qualquer outra peça teatral, precisa de personagens. Pensei nestes.
- Uma septuagenária que não consegue perceber que os direitos de que hoje goza só existem porque alguém, no passado, teve a clarividência para remar contra ventos, marés e a maioria do povo, consagrando esses mesmos direitos... e que apesar de ser uma profissional elogiada, parece que se esqueceu de tudo o que a universidade, e a vida, lhe ensinaram, balbuciando frases imperdoáveis a quem é mesmo sábio naquilo em que o reconhecem;
- Um trotskista agressivo, de olhar assassino e mordaz, que no afã por chacinar os ricos, propõe medidas que penalizariam o grosso da classe média... e, quando fala, por vezes atira barro à parede... sabe que as coisas "não são bem assim, mas pode ser que ninguém note";
- Um homem com poder efectivo, que não consegue perceber que já nem a mãezinha dele acredita no que diz, e que, no seu deslumbramento pelo poder, não percebe que muito do que fez, fez mal... ademais, muda de personalidade com uma inconstância estonteante... baralha o público;
- Um "Senhor", já entrado, educado, mas ultrapassado... defende tudo aquilo em que já ninguém acredita - este é o personagem que só aparece para decorar o cenário (mas faz falta); e, por fim,
- O "tolinho", simpático no seu mundo pessoal, por certo, mas que não tem nada para dizer que não seja banalidade ou perfeita tonteria - ninguém o leva muito a sério, mas ele presume-se, e rodeia-se de presumidos;
A agravar a situação, todos os personagens são versados - mais ou menos academicamente - em ciências sociais, mas quando falam... Ai!
Nesta farsa o público participa. E como? O público olha para a farsa como aquilo que é... uma farsa! E, por isso, preferem dar as suas simpatias ao mais simpático, ao que argumenta menos mal, ao que melhor desfeiteia os adversários. E então, cada um, aplaude um dos personagens! Outros, sábios, dormem! Há os que abandonam o recinto, cansados da falta de guião!
Triste, triste, triste, é que passo a vida a ter pesadelos com eles... um ou dois dos personagens inventados saltam-me, em sonhos, do imaginário e a entram-me mesmo pela vida dentro... para decidirem o meu futuro!
Que maçada!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Hoje já nem isto é verdade...

“ORDINARIAMENTE todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o ESTADISTA. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?”
(Eça de Queiroz, 1867 in “O distrito de Évora”)

domingo, 6 de setembro de 2009

... à portuguesa!

Quinta-feira foi o escândalo! Poderia estar a verificar-se um atentado político contra a liberdade de imprensa. Convocaram-se esforços, opiniões, artigos, tudo no sentido de proteger a vítima do atentado. Os colegas, inclusivamente, subscreveram um abaixo assinado, e demitiram-se. Hoje, domingo, a onda já era outra. Outros colegas, chocados e ultrajados, fazem-se ouvir por toda a parte vilipendiando a vítima, que afinal era um carrasco... e o que lhe aconteceu até foi pouco!
Realmente, só em Portugal! É o típico escândalo à portuguesa. Com apaniguados de ambas as partes, do agressor e do ofendido... a degladiarem-se na caixa de resssonância acrítica que é a comunicação social em Portugal!
Ideias autónomas? Poucas! Cidadania e solidariedade? Nenhuma.
Estou em crer que mais 24 horas e haverá provas irrefutáveis de que todo o escândalo de quinta-feira foi obra de uma 3ª parte... alguém até agora insuspeito! Os conchinchineses que se cuidem! Não vá ter sido obra deles... e nem sequer saberem!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Política, mentiras e televisão...

Manuela Moura Guedes, TVI, Medicapital, Prisa, Cebrian, Zapatero, Socrates... por esta ordem precisamente... e os apoios mútuos eleitorais peninsulares... em política o que parece é! E por vezes fora da política também!
Tudo dito, e a comprovar o que já se dizia em todas as mensagens anteriores!
Regra geral: o que parece é!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

"Conchinchina"

Há cartazes espalhados pelo País a lembrar que a "Conchinchina precisa deles...". Deles, dos líderes dos partidos políticos! Sócrates, Leite, Louçã, Portas, Jerónimo. Os "cinco"... Infelizmente não me parece uma mensagem bonita! Não que não gostasse de me livrar "deles", tanto como alguns milhares largos de portugueses. Mas custa-me desejar mal à "Conchinchina"! Pobres "conchinchineses", já a braços - certamente - com todos os males que por séculos para lá mandamos, ainda terem de receber "esta gente" (citando Medina Carreira, in Entrevista ao Jornal da Noite, SIC - Notícias, 1/9/2009).
É que "esta gente" - e realmente não merecem qualquer outro tipo de epíteto -, não é má só por si, mas principalmente por toda "a corja" (citando Eça de Queiroz) de que se rodeiam e acompanham.
"Esta gente", no Portugal de hoje, é mesmo muita "gente"! Tanta que já não se pode fazer nada para inverter o caminho marcado... Quando um magistrado acha "normal" (e até legal, pressuponho), que os serviços que lhe são prestados, ou os bens que adquire, não sejam facturados para não pagar IVA, está tudo dito. Que moral pode ter um julgador, ou um investigador, ou um político, para censurar e perseguir os criminosos, quando ele próprio, para si, na sua vida, no seu dia-a-dia, pactua com a ilegalidade, vive com ilegalidade, e aproveita a ilegalidade em benefício próprio? Nenhuma!
O problema é mesmo de ética, que na política inexiste, mas que noutros sectores - bem mais importantes do ponto de vista social e moral - também desapareceu!
Bem dizia César Augusto: um povo que não se governa, nem se deixa governar!
Sempre assim fomos, é certo, mas quando o pudor desapareceu, é a indecência desbragada que nos atola, nos afoga, nos leva a querer fugir!
Quem possa que pense... e aproveite!